O que todo professor precisa saber sobre neurologia

Pulso

R$48,00

2x de R$24,00 sem juros
Entregas para o CEP:

Meios de envio

Desafios da Inclusão das Crianças com Necessidades Especiais

As crianças com necessidades especiais constituem um grupo bastante heterogêneo que incluem as deficiências dos órgãos do sentido (cegueira e surdez), deficiências físicas (mutilados físicos por trauma ou como resultado de alterações fetais decorrentes de materiais radioativos ou uso de drogas na gestação), deficiências neurológicas (deficiência mental, paralisia cerebral, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, autismo, dislexia, epilepsia, entre outras), síndromes genéticas (Down, Cornélia-de-Lange, Prader-Willi, Angelman, entre outras) e desajustes emocionais (distúrbios reativos de conduta ou psicoses). Podem ser incluídas neste grupo crianças cronicamente doentes como as portadoras de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), malformações cardíacas, distúrbios renais crônicos, insuficiência hepática, doença de Crhon, fibrose cística, entre outras.
Uma característica comum a estas crianças é a curiosidade que despertam por serem diferentes. Estas diferenças podem ser evidentes logo a primeira vista ou só evidenciáveis após um contato mais íntimo, conversando ou brincando com elas.
As crianças normais têm mais habilidade em lidar com estas diferenças. Ficam curiosas, mas se contentam com respostas evasivas como “eu nasci assim” ou “eu tenho uma doença”. Nas escolas, a criança com necessidade especial é muito bem aceita pelos coleguinhas, que passam a ser “tutores” para todas as atividades físicas mais difíceis e auxiliando na conquista de novos conhecimentos ministrados pela professora. Por isso, a inclusão destas crianças na escola regular parece ser o meio mais favorável para que a deficiência possa ser inserida de maneira integral junto com os demais alunos.
Para os adultos, pais de crianças normais, a aceitação é bem mais difícil, pois temem que o “defeito” possa passar de uma pessoa para outra, ou que seu filho passe a imitar os “defeitos” do outro ou que o “diferente” possa atrapalhar o desenvolvimento escolar do seu filho. Veladamente mostram-se temerosos e preconceituosos, apesar de até admitirem que a “criança especial” deva ter uma vida escolar em classe normal, mas, se possível, que vá para outra sala de aula que não seja a do seu filho.
O(A)s professore(a)s do ensino fundamental também admitem que não é adequado colocá-las em sala à parte, pois já basta o preconceito que elassofrem fora da escola. A criação de uma sala de aula especial acaba por sugerir às crianças normais, que aquela é a sala dos “louquinhos” ou dos com “mongolismo” ou dos “retardados”. Entretanto, ele(a)s argumentam que não têm preparação para lidar com crianças tão diferentes, esquisitas e com problemas de saúde que podem de repente necessitar de um cuidado que não sabem dar.

As dificuldades incluem:
“Temos alunos de todos os ritmos, então é muito difícil trabalhar”.
“O(A) professor(a) tem que ter uma orientação, um apoio pedagógico para receber a criança com necessidades especiais”.
“Na prática, é um processo bastante sofrido”.

Outras dificuldades:
“O trabalho é diferente porque precisa se adaptar ao ritmo do aluno”.
“É preciso desenvolver um trabalho paralelo parecido com o da sala de apoio”.
“A sala de aula tem muitos alunos e existem diferenças de níveis de aprendizagem, além de infra-estrutura e condições materiais não adequadas”.
“Existe oscilação na freqüência dos alunos; falta de participação dos pais no acompanhamento; alunos maiores não gostam de ir para a sala; falta clareza na escola sobre o papel da sala”.

Mas nem tudo é espinho. Existem rosas:
“Eu acho que para eles essa sala é um paraíso”.
“É um trabalho maravilhoso, que só tem ajudado o(a) professor(a)”.
“Nosso contato é muito mais próximo; o trabalho com a auto-estima, o trabalho com pequenos grupos...”
“A gente tá vendo a evolução dos meninos, tem que ter um atendimento para eles diferenciado”.
“As características especiais deles devem ser tratadas dentro da sala de aula para o desenvolvimento das suas potencialidades”.

A inclusão é um fato incontestável que ninguém, em plena lucidez, irá deixar de reconhecer como fundamental para tentar construir uma criança que, por fatalidade ou qualquer outro fator, se encontra em situação especial. Ela não pode ser vítima de um novo evento: o preconceito!
Também é incontestável que é preciso oferecer aos profissionais que irão lidar com estas crianças - em especial o(a)s professore(a)s do ensino fundamental - condições mínimas de entendimento do que representa esta ou aquela morbidez e/ou deficiência, para que possam reconhecer o momento em que devem ser utilizados cuidados diferenciados.

“A tomada de consciência é fundamental. Toda a sociedade deve se sentir responsável. A exclusão social é uma chaga que envergonha a nós todos. É o problema número 1 do país. A palavra de ordem é inclusão.”
– editorial do Jornal do Brasil (On line de 21/08/2003).

A questão está colocada!

Incluir é o correto e o necessário. Não existe possibilidade de se voltar atrás! Já que o mal é inevitável ... relaxe, sorria e mãos a obra!!!! Vamos nos preparar para ultrapassar esta enorme dificuldade. Isso mesmo, é preciso estar preparado para lidar com estas crianças com necessidades especiais. Não basta utilizar o sexto sentido e fazer aquilo que parece ser o certo. É preciso fazer o certo!
Para tanto temos que criar mecanismos de diagnóstico preciso, melhor formação para os profissionais da área da educação, professore(a)s mais cientes do seu papel na sociedade, adultos menos preconceituosos e com maior solidariedade.

Temos muito trabalho pela frente e só tem um jeito de chegarmos ao fim:
1. dar o começo em busca da mudança;
2. adaptar-se enquanto não estamos totalmente preparados;
3. estudar, adquirir competência, reciclar e ...
4. não desistir!

Não esqueça! Inclusão escolar não é só para alunos deficientes. Na verdade é uma rua de duas mãos, com benefícios para os dois lados (Sartoretto, 2002). Ensinar é confrontar-se com um grupo heterogêneo, do ponto de vista das atitudes, da escola, da cultura, dos projetos, das personalidades, entre outras situações (Perrenoud, 1993).

Sumário

1. O sistema nervoso central
2. Anatomia da linguagem
3. Dislexia
4. A criança hiperativa
5. Epilepsia
6. Distúrbios emocionais em escolares
7. Algumas síndromes neurológicas

  • Editora:
  • Pulso
  • Autor:
  • Assencio-Ferreira
  • Ano:
  • 2005
  • Edição:
  • 1
  • Número de páginas:
  • 120
  • Acabamento:
  • Brochura